O COMBATE
Eis-me na vida como vate
A predizer o futuro lôbrego
Este gladiador fero e sôfrego
Avocando-me ao combate!
E este porvir pressuroso
Intimida minha covardia
E ai de mim, se me valia
Este passado todo ansioso!
Seria, se me valesse também
Como que da vida, cordura,
Versos de tamanha ternura
Aplacar o que avante vem...
E eu, a enlear o verso,
numa infrene e resoluta entrega,
venceria a este que me emprega
o semblante atro de um opresso.
Posto que qual a coma
de um cedro sobranceiro,
avulta impávido e lisonjeiro,
como a glória de Roma;
Percebo-me dele envolvido.
E do amanhã as asas encapelar
Enfatuado de si por notar,
que é a mortalha sobre meu corpo vencido!