O COMBATE

Eis-me na vida como vate

A predizer o futuro lôbrego

Este gladiador fero e sôfrego

Avocando-me ao combate!

E este porvir pressuroso

Intimida minha covardia

E ai de mim, se me valia

Este passado todo ansioso!

Seria, se me valesse também

Como que da vida, cordura,

Versos de tamanha ternura

Aplacar o que avante vem...

E eu, a enlear o verso,

numa infrene e resoluta entrega,

venceria a este que me emprega

o semblante atro de um opresso.

Posto que qual a coma

de um cedro sobranceiro,

avulta impávido e lisonjeiro,

como a glória de Roma;

Percebo-me dele envolvido.

E do amanhã as asas encapelar

Enfatuado de si por notar,

que é a mortalha sobre meu corpo vencido!

Wellington Berdusco
Enviado por Wellington Berdusco em 19/02/2012
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