A voz

A voz se fez ouvir ao som do mundo,

No mar, no céu, cantada pelo vento

Correndo ruas, quintais, corações,

Correndo em veredas sem chão,

Em estradas sem horizontes, sem margens

Como se fosse a amplidão um lugar qualquer

Onde o silêncio tenta calar a voz, mas o tempo

Não deixa, grita em desespero que quase

Já não temos mais tempo.

E a voz do mundo, que já agoniza, grita:

Está quase na hora, acordem, ACORDEM

E o mal, silencioso, serpente vil, traiçoeira

Num rosto disforme, amorfo e sem luz,

Com grandes olhos vazios de tão negros

Invade templos, santuários, zombam

Da divina semelhança e se fazem verdade.

Dura e cruel verdade, sugando vísceras e sangue,

Espirito e alma, e os dejetos ficam

Como restos de nós pendurados na memória.

SOCORRO, SOCORRO grita o mundo.

Mas quem ouve??!!

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jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 19/02/2012
Reeditado em 01/03/2012
Código do texto: T3508350