CARNAVAL

CARNAVAL

Até que se prove o contrário, Carnaval

Não faz bem nem tampouco mal

Há aquele que tem ojeriza

E aquele que se regojiza

Há Carnaval para todos os gostos

E também para os não gosto

Desde um bloco maluco

Até um retiro caduco

A cada lugar é de uma forma

No Rio e Bahia é pra turista,

Em Olinda ainda purista

É da gente que se transforma

É dos blocos arrastão

É da batucada no bar

É Carnaval campeão

É também de quem não quer estar

É das loiras e morenas

É dos afrodescendentes

É dos brotos e pequenas

É dos me deixem em paz

Também é dos diferentes

Também é dos iguais

É de todas as gentes

E de quem quiser menos ou mais

É do mar e da areia

É do olhar a sereia

É do chavecar

pra ver se vai dar

É das transformações

De personalidade e sexo

É das exibições

É dos anexos

É das mascaras disfarçadas

É dos amores amanhecidos

É das caras amassadas

Pelos dias mal dormidos

É do descanso dos ossos

Do ofício e da labuta

Para mais um tempo de luta

Pra juntar uns troços

E chega a quarta dolorosa

E a volta ao regaço

À vida entediosa

E ao rotineiro fracasso

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 19/02/2012
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