CARNAVAL
CARNAVAL
Até que se prove o contrário, Carnaval
Não faz bem nem tampouco mal
Há aquele que tem ojeriza
E aquele que se regojiza
Há Carnaval para todos os gostos
E também para os não gosto
Desde um bloco maluco
Até um retiro caduco
A cada lugar é de uma forma
No Rio e Bahia é pra turista,
Em Olinda ainda purista
É da gente que se transforma
É dos blocos arrastão
É da batucada no bar
É Carnaval campeão
É também de quem não quer estar
É das loiras e morenas
É dos afrodescendentes
É dos brotos e pequenas
É dos me deixem em paz
Também é dos diferentes
Também é dos iguais
É de todas as gentes
E de quem quiser menos ou mais
É do mar e da areia
É do olhar a sereia
É do chavecar
pra ver se vai dar
É das transformações
De personalidade e sexo
É das exibições
É dos anexos
É das mascaras disfarçadas
É dos amores amanhecidos
É das caras amassadas
Pelos dias mal dormidos
É do descanso dos ossos
Do ofício e da labuta
Para mais um tempo de luta
Pra juntar uns troços
E chega a quarta dolorosa
E a volta ao regaço
À vida entediosa
E ao rotineiro fracasso