O CROCITO

Na tarde que se afunda

Nos derradeiros tons do sol

Todo agito aplaina-se em mim.

(Logo outro mundo me incendeia)

A ave no céu desata no seu vôo

Os nós do meu pensamento

Fincado no horizonte sedento.

(Lembranças surgem qual encantamento)

Faço juras e promessas

Para enganar a miragem

E alimentar o coração do Universo.

(Sinto na ânsia do Amor a glória da Vida)

Anseio o lento declínio

Do dia na noite da conspiração:

De elfos e fadas na poesia.

(A brisa notívaga esparge pó de estrelas)

Uma coruja misteriosa

Pousa na minha janela

E indaga o meu contentamento:

Seu crocito amansa a ávida fera que me habita.

© Jean-Pierre Barakat, 07.08.2004

Jean Pierre Barakat
Enviado por Jean Pierre Barakat em 05/02/2005
Código do texto: T3507