muros e paredes íntimos
os meus muros
e minhas paredes que construo
dentro de mim mesmo
me assombram
me limitam
e me tornam distante de mim mesmo
e a ermo vivo
encurralado por entre gaiolas
de aço
por todos os lados
que não existem
por todas as vertentes
que não me querem
me torno sobejo dos tempos
e eu me saudo
e me iludo
de corpo e alma
ao vento traiçoeiro
das minhas idades bandoleiras
de menino sem estilingues
sem ter pássaro pra afugentar
por que matar é verbo antigo
que não tem raiz no meu umbigo
de um homem velho
cheio de muros
e de paredes
pra derrubar