Aconteceu
Mas agora é tarde. Fugiu-nos a Cotovia.
Fez-se mais do que se devia.
Passou o carro,
quebrou-se o jarro.
Frágil Mundo, frágil vidro.
Pouco mais que pó moído.
Aqui, já houve um amante traído.
Ali, um amor desinibido.
Acolá, doces licores e tanta libido.
E agora, o que há? Talvez o anjo caído.
Tanto se fez. E tanto não se devia.
Bastar-nos-ia o produto de cada dia,
mas tanto poder se quis . . . triste ironia!
E agora, onde ficou o mando? O dinheiro? Pobre romaria . . .
Tanto fizemos. Quase tudo tão inútil. Chegou-nos a hora.
A quem clamar? Para quem lamentar? Por que chorar?
A Natureza cobra a conta que esquecemos de pagar.
Crentes chamam por Deus (qualquer deus);
e Ele responde que seus perdões estão raros.
Já não Lhe é possível doá-los.
Estamos nus . . . queimamos os agasalhos . . .
Mas agora é tarde. Fugiu-nos a Cotovia.
Fez-se mais do que se devia.
Passou o carro,
quebrou-se o jarro.
Frágil Mundo, frágil vidro.
Pouco mais que pó moído.
Aqui, já houve um amante traído.
Ali, um amor desinibido.
Acolá, doces licores e tanta libido.
E agora, o que há? Talvez o anjo caído.
Tanto se fez. E tanto não se devia.
Bastar-nos-ia o produto de cada dia,
mas tanto poder se quis . . . triste ironia!
E agora, onde ficou o mando? O dinheiro? Pobre romaria . . .
Tanto fizemos. Quase tudo tão inútil. Chegou-nos a hora.
A quem clamar? Para quem lamentar? Por que chorar?
A Natureza cobra a conta que esquecemos de pagar.
Crentes chamam por Deus (qualquer deus);
e Ele responde que seus perdões estão raros.
Já não Lhe é possível doá-los.
Estamos nus . . . queimamos os agasalhos . . .