Isaac


Célula.
Agora somos duas,
de duas um tecido,
e de um tecido, alfaiataria.
Só uma palavra em sua boca
pode mudar o futuro,
pode indefinir  de modo imperativo
se sou um garoto
e você uma garota.
Se nos movemos mecanicamente,
se nos perdemos nesse céu,
é porque somos inomináveis.
O que importa a perpendicularidade?
A quem importa a equivalência?
Célula apenas se divide.
Célula não contém pecado.
Para a imperfeição, inventei a régua.
Agora eu minto em linha reta.
EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 17/02/2012
Código do texto: T3504723
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.