O POETA LIVRE

O poeta livre

De amarras tantas

Não vem dos pampas

Pra te encantar.

Vem d’onde a vida

Parece ser

Mais atrevida,

Só para amar!

O poeta livre

Pega a viola

E tira uns versos

Da sua cachola.

É um poeta

De pés no chão,

Que não é clássico

Nem é povão?...

Que às vezes rima,

Às vezes mede,

Depois desrima

E assim prossegue.

Sem se importar

Com a velha crítica

Segue o poeta

Pisando brita.

Mas d’onde vem

O tal poeta

Que tem o bem

Por sua meta?

Quem lhe conhece?

Quem tem lhe visto?

Esse poeta

De Jesus Cristo!

Virá do Sul?

Virá do Norte?

Será franzino

Ou será forte?

Será gaúcho

Ou nordestino?

Será um velho

Ou um menino?

O poeta livre

No versejar,

Virá de onde?

D’onde virá?

O poeta livre

De amarras tantas,

Não vem dos pampas,

Vem do PILAR!