Nuvens
Nuvens
(luizcarloslemefranco)
Nuvens que encobris meu céu,
nuvens que não me deixais ver o Sol,
nuvens que ocultais o dia com seu véu.
e escondeis a luz do arrebol,
não me atrapalheis, saiais, e permitis,
nuvens, que eu veja a Lua.
Daqui da rua, nuvens, percebo
que me escureceis o trânsito,
que deixais cinza o dia.
Eu poderia ter mais luz
se não me tornais escuro o meu caminho.
Nuvens, vós escondeis as estrelas
que brilham no pano das bandeiras,
no pensamento dos astrólogos,
no brinquedo das borboletas;
atrapalhais o o firmamento,
enganais os pássaros.
Simulais tempo fosco,
apesar dei o Sol estar brilhante acima de vós.
Desvigorais os girassóis,
desbotais as cores das flores.
Nuvens , prenunciais chuvas
e temporais: tristeza.
Sim, nuvens, porém vós aplacais a irradiação,
segurais a umidade que precisamos,
refrescando-nos do calor do cosmo.
Nuvens, fazeis desenhos nos céus
que nos divertem e descansam.
Vós dais sensação de grandeza,
tanto que falamos nuvens de gafanhotos, de abelhas.
Vossos perdigotos são bolores e ruelas,
mas vós segurais as chuvas nas serras e beneficiais nossas árvores.
Vós segurais alguma poluição e nos protegeis.
Nuvens, mágica nos céus, estendeis-vos mesmo
e escondeis nossas fumaças e gases.
Fazes um bloqueio sobre nós e não deixeis
nossos fogos poluir o espaço.
Mas a Lua, nuvens, é dos poetas, liberai- na.