Sou

Sou aquário vazio

O fim do estampido,

A hora do não.

Sou pudor e libido,

O real retorcido,

As sobras dum cão.

Sou o mal merecido,

Da voz o ruído,

Um filho de Adão.

Sei que fui concebido,

Para ver o declínio,

De toda a razão.

Sol que nasce conspícuo,

Em pleno solstício,

Do que já foi são.

Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2012.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 16/02/2012
Código do texto: T3502748
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