Vigília
O chão do mundo é tênue,
despenca fácil. Uma
membrana estirada.
No coração da cidade
a boca da terra boceja,
engole guindastes e gente.
Quisera pisar este chão
com leveza de guará.
Mas os calcanhares
se afundam no solo fofo.
A cada passo sinto
um punhado de terra
se deslocando,
crateras famintas
ainda por nascer.