doce engano
doce engano sutil
minhas mentiras sutis serenas
no veneno que eu mesmo me rendo
e me vendo na covardia humana que me cerca
me desertifico e me prontifico e me petrifico
como louco
à busca de caminhos tortos sutis e malvados
e nas sombras dos silêncios que me guiam
pelos perfumes longínquos e bravos
pelos bosques cinzas e alaranjados
me escondo
até o dia em que um raio de luar
uma gota de orvalho me desnude por inteiro
até minha alma secar ao sol para sempre