Acordaste em meu Olhar
A saudade traz-te aos meus olhos
Reatando um diálogo com a nostalgia.
Na manhã ainda adormecida,
Dissipa-se a memória em emoções antigas.
Há na margem do olhar,
Uma existência ambígua,
Quando a indelével e inesperada
Transparência de todos os desejos
Surge entre o sonho e a realidade.
No espelho do olhar projetas-te,
Como se viesses sempre de mim,
E retornasses de onde nunca saíste.
Em mim, o amor que persiste,
Sem qualquer vontade de partir,
E que quase poderia ter sido.
Nem a determinação e sabedoria do tempo
Conhecem o limite da tua eternidade
No dentro de mim.
A tudo sobrevive e impõe-se
A porta entreaberta ao sonho
Onde meus olhos ainda te encontram.
Fernanda Guimarães