Bloqueio Criativo.

E após longo bloqueio criativo

Analiso minhas imediatas necessidades

Vejo a maneiro que convivo

E como sigo minhas verdades,

Também constantemente indago:

Pra que escrevo poesia?

Para crer que a outros afago

E que não tenho alma vazia?

Para expor uma inenarrável agonia?

Cuja frequência não muda

Prolongando-se a cada dia

Ao viver nesta chafurda?

Onde diante ilusões e devaneios

Cada ser humano desta terra

Busca alento por todos os meios

Até que a morte os enterra.

Sangria desatada, diário sacrifício,

Vasto e perverso universo,

Beiramos o trevoso precipício,

Vencidos pelo cansaço, mutilados pelo vício.

Hilton Boenos Aires.

25 – Dezembro – 2011.

Caruaru – Pernambuco.