DOEI-ME PRA TI
Sorria quando incontinente partias
me repartias de musgos
vegetava em teus musculos
que sob o meu dorso morto jazias
acrescentei terra nas flores
pedia oração aos céus
queimava incensos de mel
que levavam acesas minhas dores
refluia minhas mãos
na condensação vazia
de teus vapores nas terras do Monte Sião
gemias alto e profundamente em crepitantes estertores
eu sonegava meu gozo na catedral silente
no fundo brigava debaixo dos cobertores
foram sonambulas visagens
paisagens de horrores
lembrei de ti e depositei no vaso miragens
minhas cinzas que se espalhavam nos poros de teus parcos ardores