Intransponível
É o abismo em mim
Levando-me ao fim
Intransponível
É a arquitetura
Com que fiz castelos
Que o vento desfez.
Intransponível é esse grito em mim
Preso na garganta,um grito afônico.
Faca de prata apontada ao peito.
Intransponível é esse amor que morre
Renascendo a cada fim.
Intransponível é a minha agonia
E a geografia desse abismo abissal
Que mora em mim...
Intransponível é a dor de ser eu,
É o tempo que se esgota
A cada gota.
A cada grão de areia que cai
Na ampulheta da vida.
Cronologia finda
Minha consciência
Do fim.