Intransponível

É o abismo em mim

Levando-me ao fim

Intransponível

É a arquitetura

Com que fiz castelos

Que o vento desfez.

Intransponível é esse grito em mim

Preso na garganta,um grito afônico.

Faca de prata apontada ao peito.

Intransponível é esse amor que morre

Renascendo a cada fim.

Intransponível é a minha agonia

E a geografia desse abismo abissal

Que mora em mim...

Intransponível é a dor de ser eu,

É o tempo que se esgota

A cada gota.

A cada grão de areia que cai

Na ampulheta da vida.

Cronologia finda

Minha consciência

Do fim.

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 15/02/2012
Código do texto: T3499841
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