A curva das coisas perdidas


A planície se recusou à noite,
e estática que estava, me ignorou.
Eu que passo, e penso:
Será que passo?
Eu que faço, alguma coisa.
Será que há tempo? 
Sei da planície que não dá em nada,
que seus limites somem na noite.
Não adianta cortar girassóis,
pintar o firmamento de amarelo-histeria....
Quando eu vou, eu vou mesmo...
mas onde vai dar toda essa ida?
Cairei na beirada do mundo?
Esse ceu é real ou é pintura de boca de cena?
Estou de cabeça para baixo?
Perguntas se tornam desnecessárias,
quando não há eco, pois elas têm de voltar.
Não voltam porque é uma planície escrota...
nada reverbera, nada retornará.
E enfim, acho que passei...
só não sei para o lado de lá...
Se aqui é o outro lado,
por que parece tudo tão igual?
Ou será que não há mistério
no lado do oposto que me viu passar?


 

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 14/02/2012
Código do texto: T3499098
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