Autocracia
Quando ele se viu sem o poder
Seu foro íntimo ditava conduta
Sem o juízo de norma e parecer
Acolhia a regra julgada a justa
Quantas obrigações desprezou
Quantas leis deixou de cumprir
Tudo que viveu sempre a exigir
Sem o poder agora ele sonegou
Se antes privilegiava os parasitas
Que sentados ao lado do trono
Sorviam cargos, anéis de ametista
Cobertos de louro, restos do dono
Eis agora o homem sem o mando
Sem pavimentar mais seu caminho
Desfez tudo que foi o seu desmando
Sem asseclas, recompôs o desalinho