Já sei o sol,
inclinando ao oeste
talvez leve a minha
prece
Se eleve o meu pranto à Deus.
Já se vão tantas
lembranças
Do conselho bem dado
Gratuito e guardado
Qual semente neste
peito meu
Vão-se os dias, os
anos
Restam horas, agora
pode ser
Talvez o fim...
Vai-se lenta a
esperança cortante
Volitante faz-se esse
querer
e só o próximo minuto
poderá dizer
Se é meio, se é
recomeço ou
Só começo de uma vida
sem você.
Esvaecem-se as forças
O queixume cala-se qual
regra
rega o coração a
lágrima recolhida
nesta ida sem retorno
Saudade fica como a
gritar-me o dano
Eu faço poesia pra
respirar
Pondo os pés nos seus
chinelos velhos
e guardo minha fé.
Lembrando-me que acaba
então
o teu luto perpétuo
E lhe vestirão de
flores.
Cristhina Rangel.