Sete Noites E Sete Dias.
Quem sou eu?
Já me perguntaram.
Não soube responder.
Nem sei quem sou.
Nem de onde vim.
Nem para onde vou.
As vezes caminho solitário.
Por caminhos desconhecidos.
As vezes entre as multidões.
Assim mesmo me sinto na solidão.
E quando a lua cheia chega.
Durante o por do sol.
O meu corpo arrepia.
Todo o meu ser se transforma.
Num animal selvagem.
Na forma de um lobo.
Me tornando soberano.
Me concedendo o domínio.
Sobre os seres que caminha sobre a terra.
E passo a noite entre os animais.
Conhecendo assim seus instintos.
Seus mistérios e seus caminhos.
Mas quando chega o alvorecer.
Em que os raios do sol.
Vem meu corpo conhecer.
Não sei se é magia.
Encanto ou feitiçaria.
Só sei que é uma agonia.
De um lobo num homem.
De um homem num falcão.
Assim acontece outra metamorfose
Meu corpo coberto de penas.
Me dando o domínio sobre as aves.
Então alço voo.
Em direção a montanha encantada.
Onde nenhum homem jamais entrará.
Onde a um grande trono enfeitado.
E estando nesse trono sentado.
Todas as aves da terra.
Vem perante mim se prostrar.
Vem buscar conhecimento e sabedoria.
Assim é a minha vida.
E assim é o meu viver.
Sete noites e sete dias.
Meu corpo vem conhecer.
Um lobo e um falcão.
E nos restantes dos dias.
Sou um homem de pé no chão.
Vivendo na solidão.
Sem saber o porque estou neste mundo.
Talvez não seja mesmo daqui.
Seja apenas um viajante.
De um mundo distante.
Que esta aqui só de passagem.
Quem sabe!
Seja só um enigma um mistério.
O talvez uma maldição.
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Valentim Eccel