Ai de mim!
Não uso ternos e nem gravatas,
Minhas roupas são velhas
Desbotadas e amassadas.
Meu tênis não conhece a água.
Meu cabelo é todo bagunçado.
A minha voz é esquisita
E me embaralho nas palavras,
E estou sendo gentil comigo.
Mas, ai de mim, dei para
Inventar poesias, de
Brincar com a agonia
E com a solidão. Também brinco
De ser poeta (inútil),
Incompreensível,
No céu ou no inferno.