Amante Vermelha
Amantes de sangue
Nos lábios que descem com veneno árduo
E levantam infernais desejos
Por entre o soluço do vinho errante
Os olhos do êxtase
No teu reflexo frágil de anjo
Onde corpos turvos penetram a flor negra que treme
Sobre o infinito cobiço das taças
A noite veste tuas pupilas
A serpente em tua boca de abismo reina
O dilúvio luminoso de teu silêncio urra rumores
As mãos em brasa
Fogo nu
Loucura sigilosa
Vermelha poesia
Pétalas dançantes
Na volúpia morta
Nasce a ressaca de um delírio
E teu rosto seco
Sussurra a orla da eternidade
Gotas de saudade extrema