VAZIO
Vejo meu tudo transformado em imenso vazio,
não há som, não há vozes, não há mais o canto
tantas vezes entoado por bocas inocentes,
canto de vida encantando o meu tudo reluzente.
Perdeu-se a cor, perdeu-se a forma,
as linhas onde a história era então escrita
viram-se transformadas no imensurável vazio da rotina.
É a morte que se perde no vazio da vida...
Fecham-se os olhos...
Calam-se as bocas...
O vazio dos sentidos expresso em faces loucas...
Mas a loucura também encontra seu fim
nas máscaras que renascem contrapondo-se a mim.
"..."
Só o fim encontrou parceria
e alegre celebra sua epifania
no grande vazio que em si se inicia...
*Inspirado no poema "Nada" da poetisa Sônia Ravanini Pina