O filho de dom Aquino
Filho de ervas curandeiras,
escolhido ardil
do baralho errante.
Oitavo de dom Aquino.
Seus santos
orelha-seca,
menina-mulher,
raizeiro,
benzedeira.
O cabelo rabiscado de carvão.
No rosto dois luzeiros
que procuram estrelas
prisioneiras da imensidão.
Costurado como colcha
Retalhos de outros
travestidos na pele,
um gosto de infusão.
Ouvidos que espiam
pela fresta,
De outros tempos
traçado de contra-mão.
Seus pés aprenderam
se caminha
sobre o acaso.
Mas nenhuma lágrima
ou sorriso,
Merece existir em vão.
O destino
assim é reescrito
todo dia,
por sua própria intuição.