A você meu querido amigo Recantista

O Recanto das Letras se tornou o meu refúgio, meu abrigo, meu lugarzinho “secreto”, e tão indiscreto onde dou vida aos meus sentimentos.

E foi nesse Recanto bendito que me deparei com pessoas mais que especiais como você que está lendo esse recado agora. (Digo isso por que aqui só chega pessoas que me cativaram, e que numa reciprocidade de alma eu também as cativei.)

O que divido com vocês é muito mais que um simples poema. Com vocês divido sentimentos, carinho, emoção... e sobre tudo respeito.

Cada um que chega a minha escrivaninha tem seu jeitinho peculiar. E é respeitando esse jeitinho peculiar de cada um, que tenho um carinho único por cada um que chamo de amigo.

Durante toda a semana terei de ficar longe daqui. Graças a Deus, não é por motivo de doença. É por motivo de prazer mesmo. rsrsrs

Deixo aqui meu carinho especial a você. Até a volta.

Edna Frigato

Trecho do livro ‘O Pequeno Príncipe’ (Antoine de Saint-Exupéry)

E foi então que apareceu a raposa:

- Boa dia, disse a raposa.

- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...

- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...

- Sou uma raposa, disse a raposa.

- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaste ainda.

- Ah! desculpa, disse o principezinho

Após uma reflexão, acrescentou:

Que quer dizer "cativar"?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."

- Criar laços?

- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

- Minha vida é monótona.

Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.

O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa.

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!

Assim o principezinho cativou a raposa.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

...

Edna Frigato
Enviado por Edna Frigato em 12/02/2012
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