O CANTO DO CISNE
Desliza sobre as águas como em magnífico bailado
O níveo cisne cujo suave canto enternece e acalma
Maviosas notas moduladas com encanto esmerado
Murmúrio de paz que envolve serenamente a alma.
Melífluo som que parece provir das alturas celestes
A deslumbrar os mortais com seus tons harmoniosos
Manifestação angelical que a doce melancolia reveste
Um espírito sofrido a entoar versos deveras melodiosos.
“Grande tolice!”, direis, pois que as aves alma não têm
Mas quem duvidaria de que suas plumas de linda alvura
Poderiam revestir as asas dos Anjos, guardiães do Bem
E o seu cantar alcançaria os Coros das divinas alturas?
Também conta a lenda que a gentil princesa encantada
Devido a um feitiço teve o corpo de um cisne por exílio
Quando ouvia a sutil música da harpa cantava extasiada
Aplacando o sofrer pelos amenos gorjeios, como auxílio.
Dizem também que o dolente canto do cisne é mais belo
Pois se tornará ser de luz na Constelação do Céu do Norte
Pressente que perecerá e de nós se despede num anelo
Cantando ele parte, pois seu amor vencerá a própria morte!