GEENA
Vale de tormentos passado a fogo, enxofre e suplícios
Dos filhos de Hinom é a flamejante fornalha a queimar
Esqueletos calcinados, palco de horrendos sacríficios
Ao cruel Moloc, em chamas de ininterrupto crepitar.
Mais terrível que o exílio dos que trazem na própria pele
As marcas da moléstia tida como signo de funesta sina
Abrigas os detritos e os corpos insepultos que repelem
Com sua malsã atmosfera todo vivente que se aproxima.
Deus! Que pungentes sofrimentos neste covil de aflição!
Onde mesmo a alma fenece no incandescente entorno
Segunda morte que a arroja em irreversível aniquilação
Ardente lago voraz que torna impossível à vida o retorno.
Tudo isso se desenrolou ante meus olhos vitrificados
Não era vida nem morte, em meio àquelas paragens
Acordei banhada em álgidos suores, horror presenciado
Comparada à Geena, a dor do mundo é sutil miragem!