UM OUTRO NINHO

Deponho as armas!

O trabalho foi árduo!

O jugo ainda oprime.

No alforje, nada resta.

Tudo é solidão

A sangrar saudades.

Desse porão,

Tento perder as chaves,

Mas dele se esgueiram

Todos os meus fantasmas.

Rotas,  estão as vestes,

Andrajos que aqui deixarei. 

A alma agora,

Exibe-se nua,

Sem peias nem amarras.

No silêncio, 

Ouço o sussurrar do vento 

A dizer-me baixinho:

Há, ainda, um outro ninho!

Venha comigo!

Vamos voar,  subir...

Subir é o caminho!

E eu vou  seguir a voz do vento!

Partir sem deixar lamentos,

Alcançar o topo do tempo,

Vestir outro corpo e voltar aqui!

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 12/02/2012
Reeditado em 08/05/2012
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