Comigo-ninguém-pode
Ela é Rosa maternal,
do seu horto
deusa Grandiflora.
Com simplicidade divinal,
ensina e cataloga:
Alecrim, feito chá ou feito sal.
Margarida, ensina a ser flor.
Beladona, chá para caminhar pelado na rua.
Copo-de-leite, obsceno provocador.
Dama-da-noite, perfuma a lua.
Arruda, afasta o mau olhado.
Cravo, inútil cor de veludo.
Manjerona, tempera qualquer bocado.
Espada-de-são-jorge, socorre
contra quase tudo.
Losna, adoça a barriga.
Erva-de-Santa-Maria, protege
os meninos de toda lombriga.
Babosa, pra cabelo bonito
e queimaduras.
Barbatimão, boldo e barba-de-bode,
pra infusões e emplastro.
Mas se o mal
é quebrante meu filho:
Comigo-ninguém-pode!
No seu jardim é a rainha,
botânica popular,
fitoterápica Dona Maria.
* poeminha dedicado a minha querida mãe, dona Maria Furquim.