Comigo-ninguém-pode

Ela é Rosa maternal,

do seu horto

deusa Grandiflora.

Com simplicidade divinal,

ensina e cataloga:

Alecrim, feito chá ou feito sal.

Margarida, ensina a ser flor.

Beladona, chá para caminhar pelado na rua.

Copo-de-leite, obsceno provocador.

Dama-da-noite, perfuma a lua.

Arruda, afasta o mau olhado.

Cravo, inútil cor de veludo.

Manjerona, tempera qualquer bocado.

Espada-de-são-jorge, socorre

contra quase tudo.

Losna, adoça a barriga.

Erva-de-Santa-Maria, protege

os meninos de toda lombriga.

Babosa, pra cabelo bonito

e queimaduras.

Barbatimão, boldo e barba-de-bode,

pra infusões e emplastro.

Mas se o mal

é quebrante meu filho:

Comigo-ninguém-pode!

No seu jardim é a rainha,

botânica popular,

fitoterápica Dona Maria.

* poeminha dedicado a minha querida mãe, dona Maria Furquim.

Gilberto Ricardi
Enviado por Gilberto Ricardi em 12/02/2012
Reeditado em 08/05/2016
Código do texto: T3494795
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