A lua Montandon.

para Tanita.

Que seja a luz a marca da sentença

A destacar da cor das tuas vestes

Senão o azul dos olhos nus, agrestes;

A vasta solidão que dói intensa.

E feita à luz além da tua presença

O sopro como corpo que tiveste

Fez-se a vida na luz que inda te veste

Da nudez que te cobre sempre densa.

Seja a luz quando o prisma se esfacela

Seja a cor desdenhada na mistura

E pela intensidade seja aquela

Que dissolve e revolve na procura

E nua, seja tanta e seja bela

A lua que se move na pintura.