L´estro Armonico



Tolos marchando às cinco da tarde,
em frente aos meus óculos escuros,
o absurdo fantástico de uma parada
feita de alguns segundos suspensos.

E à partir do som da botas furiosas,
dos sons da ossatura que se partiu,
sufocou-se o dia da juventude,
em ternos cinzas e códigos de barra.

E como você se sente agora?
Todos os dias me revira o estômago,
todas as vezes que as flores viram adereço,
todas as vezes que cada rasgo de meus jeans
não vêm de minha fuga desse país.

A mentira criou minhas lentes escuras,
meu truque para uma visão tão antiga
quanto massacrar um de nós, sempre,
para que sejamos sempre priosioneiros.

E eu deixo a marcha passar, para meu bem.
Porque me tornei o que fuma sozinho,
quebrando cada novo invento e fé,
e eu penso que não estou partido.

Eu sinto o cheiro de pólvora deixado
por todos os tiros que por mim passaram.
E estou fechado e mesmo que me sigam,
fiquei apenas num teatro de generais.