SIMPLES

Em casa, cozinhando e ouvindo
Rod
Stewart e os clássicos americanos.
Danço, mexo o molho na panela
e imagino uma fêmea.
Não estou falando de mulher.
Penso numa fêmea,
como poucas mulheres se permitem ser.
Antes de tirar a roupa
elas fingem, impõem regras,
brincam de Rapunzel
e colocam no Facebook:
"Eles não nos entendem...".
Desisto.
Busco a fêmea
que não me exija flores
no dia seguinte.
Que esteja ali porque decidiu
estar.
Porque decidiu que aquele momento
poderia ser o momento
E poderia ser a eternidade
E poderia ser uma doce lembrança
no tempo que há de vir.
Uma fêmea.
Uma música do Rod.
Um abandono...
Um amanhecer enroscado,
sem explicações,
sem justificativas.
Algo que aconteceu
e não mudou o destino do mundo.
Simples.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 10/02/2012
Reeditado em 24/07/2014
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