Noite dos ventos
Esses ventos que sopram
E que trazem lembranças
De um tempo distante
Ausente em mim...
Que zumbem ferozes
Ferem os ouvidos
Aguçando os sentidos
Num sopro sem fim.
Esse vento Minuano
Matreiro e aragano
Que sopra em dois mundos
De noite e de dia...
Semeia saudades
Leva embora a dor
Trazendo o calor
De nova alegria.
Teu zumbido corta
A noite pampeana
E acorda os grilos
Dos pés das macegas.
Prenunciando chuva
Na noite dos ventos
Varrendo os campos
Nos vales e serras.
Por estas coxilhas
No seu trote bueno
Transportando sonhos
Num flete cinzento.
Me leva um recado
P’ra prenda mais linda
A flor de menina
Do meu pensamento.