Um poema à Marte

Noite.

Noite fria no sul.

Que o céu azul se fez negro,

sem lua,

lua que não veio,

que se escondeu...

Breu.

Sua timidez de moça

a fez espiar outros pagos.

Na madrugada,

talvez apareça.

Quase emudeço.

Ao leste,

uma estrela forte me seduz,

quanta luz...

Luz amarela,

tão bela,

donzela?

Não!

È Marte que me acena.

O planeta vermelho,

escaravelho...

Despencou-se anos luz

p’ra me dizer

boa noite!

Vestiu-se de estrela

na constelação de Aquário...

pediu emprestado,

a luz da boieira...

p’ra reinar solene

no céu do meu pago!

Que afago!

Quando voltar de novo,

não estarei mais aqui.

Então, meu parceiro,

enquanto os outros

dormem,

abro uma cerveja

p’ra ti!

( Na noite de 27 de agosto de 2003, o planeta Marte pôde ser visto à olho nú.)