Experimentos

No laboratório, faço meus experimentos.

Alguns poucos acessórios, digitais instrumentos.

Tento. esquivar-me do óbvio, ignóbil... Processo.

Ainda que sofra o opróbrio. Sóbrio... Não sigo receitas de sucesso.

Performance pré-definida pela robótica.

Por pouco tempo estrela se revela,

logo após cai pelas tabelas...

Periódicas.

Essa coisa sintética, sabor artificial música.

Faz com que a veia poética. seja cortada pela opinião pública.

Omissão de socorro. Ouço cachorro... Uivar no jukebox.

Mensagem expressa num esporro, nos bíceps ou no cóccix...

Baixa tecnologia, altos avanços científicos.

De modo espontâneo,

Enriqueço urânio.

Com fins nem assim tão pacíficos.

Tenho poemas. Não entendo de acorde, harmonia. O que é mi bemol?

Mas guardo azeite feito jarra. Estridente é a cigarra. Mas anuncia o sol.

Fiel ao dom que Deus me deu, consideram pleonasmo.

Mixo gêneros, não os efêmeros... Como orgasmo.

Marasmo? Lá na gaiola do hamster.

Da liberdade derivo.

Não me venha com substantivos,

Tais como: Pop, underground, gangster.

Em ondas sonoras não surfo.

Entorpecidos por esse ópio,

Não me definem nem através de telescópio.

Talvez seja um UFO.

Esse é o lado b. O que não toca nas emissoras.

Não represento, mas também não uso dublê,

Arrisco-me ao tentar eliminar as pragas da lavoura.

Invento moda, pra desfilar nos fones de ouvido.

Equilíbrio entre vaca magra e conta que engorda,

Ou o ego massageia na hidro,

De vidro... Laje pré-fabricada.

Rima autônoma sem chefe,

Como Mos Def.

Não será levada facilmente por 16 quadras.

Refrão pegajoso feito visgo.

Causa estafa,

Por isso não uso tarrafa.

É com anzol que fisgo.

Longe do aquário de cabeças-de-bagre.

Quem comigo comunga o mesmo mote,

Mesmo no corredor da morte.

Espera um milagre.

Átomo e elemento verdade, boa química.

Mas satanás cospe hits recebe direitos do ECAD, papagaio faz mímica.

Melhor que ser surdo. Complicado feito álgebra.

Exposto a tudo, ouvido não tem pálpebra.

Vão enchendo lingüiça de paia, paio. Sem palavras medidas.

Mas em meus tubos de ensaio, correm fluídos de vida.

Medicina alternativa, pra que a poesia não morra.

E após o ultimo verso de Patativa, ainda transcorra.