INSEGURANÇA
Não sei se tenho medo da vida
Ou de mim
Não sei se tenho medo das pessoas
Ou de mundo
Não sei se tenho medo da minha mãe
Ou do meu pai
De um estranho ou vagabundo
Não sei se tenho medo dele
Ou dela
Que apoiados na janela,
me olham desconfiados
Não sei se tenho medo do próprio medo
Ou se procuro não sentir medo
Para não me amedrontar
Não sei se me aprofundo
Ou se tenho medo de me aprofundar
Nesse imenso e triste mundo
Tão sujo e vagabundo
Que parece um poço sem fundo
E que só me faz chorar
Não sei se tenho medo do rio
Ou se tenho medo do mar
Mas vou afugentar
Esse medo que parece infinito
Que parece fatal
Vou correr para a vida, vou lutar
Para não sentir mais medo
Para não ter que chorar.