Escolhas
Vejo este abismo, e todos que não devo pular.
Mas dentro do meu eu ainda soa uma voz.
Dizendo que é preciso ousar.
Então sinto a morte e o vento que corta o monte feroz.
Por alguns segundos me sinto livre.
Um pássaro que pela primeira vez vive.
Conto os momentos.
Sinto o vento.
Todos dizem que é preciso se ariscar.
Em frente à televisão, contam piadas.
Julgam e fofocam. Não sei qual é meu habitar.
Então escolho plainar.
O voo é curto.
Demora apenas alguns segundos.
Logo estou no chão.
Rapidamente me vejo em um caixão.
Dizem que o suicida não tem perdão.
Prefiro acreditar no ponto de vista.
Abaixo do chão.
Eu sinto a vida.