ROSTO IMPUNE
Algumas escadas desço
encaveirado de orações fúnebres
na mão carrego o terço
cujo deus moribundo é o meu rosto
impune
catalunhas salteadas castanholam
beberragens nos sonhos vencidos
calabouços desdenham guitarras
choradas n'alvenaria tenebrosa
Meu olhar bandoleiro salteia bancos
fortunas deleitem esbanjamentos farrosos
mas quem dera! aplaudo loucas viúvas
suicidando traumas infrutos
Castro sexualidades viris que me assomam
todo caminho é desperdício
toda vontade estranha o vício
mas anfíbio roubo assuntos
Ainda que eu desça mantenho o sonho
queimando n'árvore afora
de mim nada espere a menos
se a cura demora
só a viagem livra o devedor
das garras da velha puta
minha ousadia restou
sangrada na inverossímil escuta