Meu tédio
O tempo passa, mas meu tédio não acaba
A vida passa, mas meu tédio não tem fim
Não me distraio mais com o verso ou com a prosa
Por que esse tédio não quer mais largar de mim
O que fiz eu pobre poeta pra esse tédio?
Se for doença qual seria o remédio?
Quando eu acordo ele gruda no meu pé
Quando eu trabalho não para de atazanar
Quando eu estudo da minha cara vem zombar
E quando eu tento em vão me divertir
O tédio vem e volta a caçoar de mim
Tédio maldito, persistente e mal amado
Vê se vai embora, desapega do meu corpo
Pois nunca vi tamanho espírito de porco
Tédio enfadonho se retire de meus versos
E leve junto esse seu gosto destrutivo
Para que eu possa voltar a ser criativo