Estou sem minha Musa...
Me encontrava tão sem inspiração;
Que confesso que cheguei a pensar:
Que o meu coração
Estava congelado
Ou quem sabe petrificado.
Só sei que este estado
Me levou a um lugar lindo:
Era o Monte Olimpo!
Fiquei a me perguntar:
Pois não entendia de fato
Como ali pude chegar;
Se é de dificil acesso.
De repente, ouço como uma canção
Alguém a me chamar!
Confesso que fiquei sem ação...
Virei-me de lado
A sua beleza me deixou fascinado!
Se apresentou como:
Érato...
Uma das nove filhas de Mnemosine e Zeus.
Um ser adorável!
Musa da poesia Lírica;
Coroada de flores.
O meu corpo incendiou
O meu coração sentiu:
A pontada do Amor...
Que aquela moça despertou
Ao pegar-me pela mão;
Me levar a passear
E me apresentar
Aquele lindo lugar.
Ficamos longas horas a conversar.
Ela gostava muito de falar.
Não sei se de "abobado"
Se anestesiado
Ou tímido...
Só sei que mais a ouvi, que falei.
Ela era por demais inteligente
E falava com propriedade.
Perdemos noção do tempo.
Quando percebemos
Já estava escurecendo.
Ao nos despedirmos;
Ela pôs o meu corpo a queimar novamente
Me deu um beijo caliente!
Desci aquele Monte
Como se estivesse flutuando.
Tão grandes eram a minha alegria e satisfação.
Ela não saiu mais do meu pensamento.
A sua lembrança passou a ser constante.
Quis voltar ao Monte
Algo me fez temer uma má recepção.
A minha Musa!
Como ela está?
Depois de alguns dias
Quem vem me visitar para a minha alegria?
Sim!
Isso mesmo, ELA!
Érato!
Não acredito!
Sem pensar, e sem perder tempo
Me abraça, me beija sofregamente
Me aperta para si
Diz que me ama desesperadamente...
Depois de nos beijarmos
Depois de nos apertarmos
Ficamos abraçados por um longo momento.
O silêncio foi quebrado pelos seus soluços...
Ao tirar o cabelo do seu rosto
Notei pequenos cristais rolando
Do canto dos seus olhos!
O que houve, Érato?
A minha pergunta foi ignorada.
Apenas tentou conter as lágrimas.
Insisti na pergunta;
Ela me olha, mas logo desvia o seu olhar...
Sem querer me encarar, solta:
Após dizer-te, terei que partir.
Você deve ficar aqui.
E não fará nenhuma pergunta.
Eu te amo com todas as forças do meu ser...
Porém, um do outro não podemos ser.
Não podemos constituir família.
São as regras do Monte Olimpo.
Após terminar...
Me deu um último beijo
E, sem perder tempo
Trilhou o seu caminho de volta.
Fiquei paralisado.
Quis, mas não pude entender nada.
Voltei para casa, caneta e papel às mãos...
Tenho que desabafar...
Não vou parar de escrever.
O farei de uma forma precisa
Até que consiga entender:
Por que estou sem minha musa?
(WANDO DE OLIVEIRA)