O BELO E O FEIO
Hoje vi o feio e o belo. Conflituei. Não! Não foi numa obra de arte, quadro, escultura, música, fotografia ou poesia.
Hoje vi um ser humano, sem estética, assimétrico, tétrico, patético.
Hoje vi o belo sobrepujar o feio e inquietei-me.
Uma árvore não brotaria frutos com sabor diferente, o rio segue o seu curso, o mar obedece os seus limites, as estações chegam no seu
devido tempo, o sol nasce todos os dias, impreterivelmente.
Hoje vi o feio e o belo como indumentária de duas almas, uma irradiava desejos e fascinação, a outra, tristeza, medo e solidão.
Hoje vi o feio e o belo, paradoxalmente como frutos de uma mesma árvore, de uma mesma espécie. Ai lembrei-me de William Shakespeare: “ Há mais mistérios entre o céu e a terra do que possa imaginar a nossa vã filosofia” .