INCONSTÂNCIA
Há dias na vida
Que a tristeza insiste,
Invade... Persiste
Em querer ficar!
Toma a nossa alma,
Rouba-nos a calma,
Parecendo até
Que vai nos sufocar!
Dias de saudade
E de felicidade...
Que mexem demais
Com a nossa emoção!
Ora agradecemos,
Ora esbravejamos...
Sorrimos, choramos,
Que complicação!
A gente até pensa
Acabar com a lua,
Correr pela rua
E se embriagar!
E se arrepender
E voltar chorando,
Ou ficar cantando
Na mesa de um bar!
Dias de lembrar,
Dias de esquecer...
Dias de loucura,
De indecisão!
Dias de paixão,
Só por um momento...
Dias de lamento,
De desilusão!
Há dias que a gente
Abraça e beija
E depois deseja
Matar ou morrer!
Dias de clemência,
De benevolência...
De impaciência,
De se maldizer!
Dias de plantar
Para depois colher...
Dias de ser caça
E de ser caçador!
Dias em que se perde,
Dias em que se ganha,
Dias de barganha
De apostador!
Dias em que a gente
Espera contente
O ritmo fremente
Do amanhecer!
Mas depois se cansa
E, bem enfadado,
Aguarda, deitado,
O anoitecer!
Há dias alegres,
Há dias tristonhos...
Há dias de sonhos
E de muita dor!
Dias de chegada
E de despedida,
São fases da vida...
São coisas do amor!
Maria do Socorro Domingos dos Santos Silva
João Pessoa, 04/02/2012