POEMINHA DO AMOR
Como me dói ser feliz no amor
se após o amor, a rima é inevitável...
Como não rimar amor com dor?
Se a dor ao amor é inalienável?
Posto que não creio nem vivi o amor eterno
Não senti da vida o que era céu e inferno
Senão quando amei...
Senão quando fui pura e eternamente chorei
Sempre, sempre quando fui amada...
Era a dor de amar o destino da madrugada
Entre as mesas, entre os olhares nas calçadas
E os paus nus empinados junto às palavras
Não eram nada mais do que o amor que esperei
Que vivi e que perdi, ou abandonei...
Quando meu ser gritava que a vida não é bela
Nem singela novela onde tudo, tudo é certo!
Nada deu tão errado quanto amar
E ser amada...
E quem hoje está longe, já esteve tão perto...
E a madrugada, hoje, é ser feliz...
Quando o amor nos bate a porta,
Quem aí sabe o que faz, ou o que diz?
Que importa o quanto durará?
Quantas lágrimas iremos chorar
Ainda, mesmo quando a noite é finda
E o que resta são lembranças?
Ok, então.
Não amo mais, não sou mais criança...
Que pena...
Saudades de quando sabia ser amada,
Saudades de quando sabia amar
Ingenuamente crendo que seria para sempre
E perfeito...
A dor é múltipla no peito,
Dividida entre tantos e tantas que amei
Que ainda lembram-se de ligar
E perguntar:
Tu me amas?
E eu, que fazer?
Não sei nem mais dizer
que não...
Digo sim,
Sabendo que o que resta
É o meu cadáver, no fim...