Poema de quem vai
Na despedida do Rio
faço um poema piegas
logo seco o poema
resta um grão de sal.
Sais e dilemas
puxam água do ar,
e digamos que eu
me diplomei em chorar.
O grão incha em pedra
me pesa no bolso
desnivela a saia.
Quando fura o forro
e despenca no chão,
aí eu apanho na mão.
Então lhe dou nome: Saudade.
A pedra sussurra
que é tempo de voltar.