Estação Maiakóvski

“Escritores há muitos. Juntem um milhar.

E ergamos em Nice um asilo para os críticos.

Vocês pensam que é mole viver a enxaguar

A nossa roupa branca nos artigos?”

(Vladimir Maiakóvski)

Os limpadores fizeram o trabalho, entre e sente-se, senhor

Obrigado, eles recebem para isso e é o que fazem de melhor?

Como você se sente, meu caro escritor?

Saiba que a inspeção do seu trabalho será semanal, acostume-se!

Eles estão se alinhando para revistar-lhe a bagagem

De mão, pobre do velho James, está branco como um fantasma

Ele não encontrou a resposta perdida nas entrelinhas que escreveu...

... Lamuriamos agora, prevaricaram sua arte, corromperam sua poesia

Não há nada que possamos fazer para resgatar sua obra?

O vagão “Oito” vai lotado da 30ª Edição destruída pelas traças

Estamos todos a bordo desse trem misterioso...

... Que vai para o reino dos escritores que ninguém leu

Fiquei apreensivo e preciso de algo para beber

Enquanto o trem, nem ao menos deixou a estação

Agora percebo o quanto fui tolo...

... Você reservou um assento ao seu lado

E eu fui me sentar na janela da imaginação

Me sentia aprisionado pela escrita, mas agora estou livre

Estou lá, pendurado na paisagem, consegue me ver?

Na hora da partida, entrego o bilhete e, ninguém irá me deter!

Quem fica, quem sai, quem senta, estamos a bordo, observando quem nele entra

No trem que vai para o reino dos escritores que ninguém leu

Outro apito, fiquei apreensivo e preciso de algo para beber

Você reservou um assento ao seu lado

E eu fui me sentar na janela da imaginação

Enquanto o trem, nem ao menos deixou a estação...

*A Vladimir Maiakóvski (1893 – 1930)

Marciano James
Enviado por Marciano James em 03/02/2012
Reeditado em 03/02/2012
Código do texto: T3478542
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