Transparências.
Das palavras transparentes
com que vestes os dias
Dos olhos no mar
quebrados
dos barcos. Das Glórias
Dos fados.
Das cidades vestidas de vento
Das noites nuas
Dos corpos opacos
E as bocas de areia a dizer-te
de temporais e pecados
Dos desertos. Das serpentes
Das palavras transparentes
e os decotes nos sentidos
com que cobres as manhãs.
Diana Enriquez