Uma Poesia Sobre Poesia

Não há galho de sequóia que suporte

O tamanho da minha preguiça

Quando me deparo com a palavra

"Poesia".

Vejo poesia como inspiração

E não como pretensão.

Vejo poesia como audácia

E não como pura falácia.

Claro, este é só o meu ponto de vista

Que, invariavelmente, constato ser

Dispensável.

(Assim como o monte de porcaria

Que escrevo e que aqui também classifico

Como "poesia").

Poeta é o meu caralho de asa e óculos, amigo!

Estar entediado chutando um monte de palavras monótonas e coloridinhas, repetitivas (mil delas repetidas e sem sal) quebrando linhas e rimando não é fazer poesia e nem ser poeta.

Poesia onde o poeta fala de poesia não é poesia.

Da mesma forma que

Poeta que só fala de poesia não é poeta.

É apenas um pedante usando o artifício da terceira pessoa, sempre dando um jeitinho de falar de si, de inflar o próprio ego - de mascarar a opacidade da própria vidinha enfadonha.

Poeta que só fala de poesia só é poeta entre duas mil aspas.

Claro, este é só o meu ponto de vista

Que pode muito bem ser meio distorcido e equivocado

Mas ainda assim

Ainda assim

Não é mascarado.

E muito menos FORÇADO.

02/02/2012 - 18h30m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 02/02/2012
Reeditado em 02/02/2012
Código do texto: T3476831
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