DO EXÍLIO
(Lena Ferreira)
Foram dias cheios do imenso vazio
que alimentou sua alma por um tempo
e um vento forte a castigar-lhe a voz
Foram tardes de palavras frias
que atravessavam a solitária cela
numa linguagem estrangeira e atroz
Foram noites deitado em penas
endurecidas pela inconstância
que lhe dobrava o corpo em cansaço
Foram muitos os dias, meses, anos
pensando um meio de voltar à sua terra
sem ter que esconder os olhos baços