Cabaré
Amor é palavra
que não enfeita
os banheiros da Central
ocupa os dramas televisivos
com a redundância das montanhas
A menina de quinze anos
de frente ao espelho
já não sonha um príncipe vermelho
tem o amor escrito
como breve conselho
Da boca pra fora
os lampeões cospem
labaredas e cigarras amorosas
A manchete de um jornal:
_- Noivo morto de fome
Comeu a noiva no altar
O amor que corrói o poema
suspirou de pena
virou um velho elefante de circo
que sonha com a trapezista nua