Alameda Botafogo
As luzes amarelas dão um tom lúgubre
a minha melancolia.
O caminho vai se encerrando logo ali
no sinal vermelho.
A alameda insinua-se entre as casas,
espremendo o assoreado Botafogo.
Quase rua, quase rio,
segue quase nu.
E eu, quase sombra,
sinto um gosto de frio.
Na boca amarga
o copo cheio de vazio.
É hora de prosseguir,
mas antes um último gole.
Licoroso, o exílio tornou-se raíz.
- A conta por favor!
Voltar pra casa, minha febre
não passa de uma nau sem vela,
um sopro gris.